Vou completar vinte e um anos de magistério, tempo suficiente para ter vivenciado muitas promessas e ter assistido muitos desmandos.Desde aquele episódio municipal de não receber os salários, até não obter a necessária recuperação do poder aquisitivo dos nossos proventos. A CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) projeta um valor para o PISO em 2011 de R$ 1.513,58. Já o MEC estima o PISO em R$ 1.181,34. Tudo isto para quarenta horas, com a devida revisão dos planos de carreiras.Assim estamos longe de equiparar o magistério das demais profissões com igual formação.
Existe por ai diversos articulistas que acreditam ser o piso do magistério exagerado, que os professores " não se dão o respeito", que frequentam a escola de bermuda, que dialogam com os alunos, enfim que não apresentam uma "postura altiva" e que por isso até recebem em demasia.
É no mínimo curioso que a sociedade se disponha a remunerar minimamente profissionais que devem zelar pelo desenvolvimento intelectual, social e afetivo de suas crianças e adolescentes. Mais ainda, quer que estes profissionais apresentem alto desempenho, ótimos índices de aprovação, elevado sucesso em avaliações externas, que esteja sempre atualizado, solicito a formações e reuniões, que prepare suas aulas com as mais novas ferramentas tecnológicas, enfim que ele atue próximo a 100%.
Como atrair os melhores para esta profissão?
Como evitar o desinteresse dos jovens pelo magistério?
O MEC informou que tivemos queda de 50% no número de formandos em pedagogia, que formamos menos licenciados nos demais cursos e que aumentamos o número de professores sem habilitação.
Certamente de pouco adianta a propaganda oficial valorizando e estimulando os jovens a ingressarem em cursos de licenciatura, o que atrai em uma profissão é sua respeitabilidade diante da sociedade, e isto passa necessariamente por remuneração digna e justa.
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