domingo, 27 de maio de 2012

Fiquei matutando o dito do Borges para definir a pampa, sim como dizia o Dr Átila Siqueira: a pampa é fêmea e por isso nos sustenta com sua fecundidade. Bueno mas neste maio que é tão seco quanto um janeiro dos verões mais sórdidos e mordazes, pus-me a pensar nas distâncias que afastavam as pessoas lá na zona rural nos meus tempos de infância.

Realmente as propriedades eram muito maiores, as casas e instalações das médias e pequenas estâncias eram quase sempre de bom tamanho, passavam a impressão de maiores que as necessidades dos convivas. Talvez fosse o fundamental processo de criar uma "mancha" bem visível, de fácil aparição aos que passassem.

A precariedade das comunicações, era essencial ouvir o mensageiro Difusora, os poucos serviços a que tínhamos acesso e hoje podemos perceber o pouco conforto que nos era proporcionado justificam que a "mancha" devia ser saliente, um marco na paisagem, um sinal que demonstrasse inequivocamente a civilização que ali estava.

Hoje com todas as facilidades, com comunicação abundante e com vizinhos muito mais próximos e de posses mais variadas as "manchas" perderam este aspecto de demarcar o ambiente e adquiriram caráter funcional.

A proposito, a divagação acima partiu desta leitura:    "Lembro que a casa mais próxima era uma espécie de mancha no horizonte. Descobri que essa distância desmesurada se chamava "o pampa";...." Borges, Jorge Luis

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