O que está ficando estabelecido com o passar dos anos é de que a Lei11.738/2008, que conta com a assinatura do nosso governador Tarso, que então era Ministro da Educação, vai achatar os ganhos que o magistério imaginava obter.
O raciocínio é simples, como a União estabeleceu critérios fortes e rígidos para complementar o FUNDEB aos demais entes da federação e também ela contribui com muito pouco para o cesto de formação do fundo em questão deu aos Estados e municípios que não cumprem o piso argumentos de que não tem como pagar o referido piso sem encurtar a distância entre a menor e a maior remuneração dos professores, resulta disto que a diferença será pequena, ínfima da base para o topo nesta carreira carente de reconhecimento quanto a sua remuneração.
Temos também outro dilema na alça de mira dos administradores públicos, os limites estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal que já servem de óbice para alguns entes federados cumprirem a "Lei do Piso" ou servirão logo ali para outros que não suportarão os crescentes avanços do custo aluno do FUNDEB.
Então porque insistem os professores na manutenção das regras da Lei 11.378/2008? É simples, nós ganhamos 65% do que ganham os demais profissionais com formação em nível superior.. É isto que a sociedade brasileira precisa entender, não há como obtermos uma educação qualificada pagando tão pouco aos professores, esta profissão perde para muitas outras em termos de remuneração. Este fato faz com tenhamos um grande êxodo desta categoria profissional para outras, formamos 2 milhões de professores por década que acabam abandonando as salas de aula para atuarem em ramos diversos que melhor remuneração oferecem.
O povo brasileiro precisa saber que avançamos muito, mas foi pouco, aplicamos algo entre R$ 150 e R$ 200 reais/mês/aluno; isto na escola pública. Escolas da rede federal estimam aplicar R$ 500 reais/mês/aluno; então podemos e devemos avançar muito.
Muitos dizem que o professor tem que ser valorizado, porém quando chegamos no ponto da remuneração empacamos.
Onde buscar mais recursos, na campanha dos 10%PIB para educação, já transformados em 8% e incluindo despesas que anteriormente não eram inclusas no campo da educação, corremos o risco de"crescer como cola de cavalo", para baixo.
Devemos lutar para que o MEC cumpra o estabelecido pela CONAE, aplicar 1% do PIB no FUNDEB. Não atingimos o patamar necessário de aplicação de recursos na educação, recém universalizamos o ensino fundamental, então compreenda que o magistério não faz paralisação por olhar o próprio umbigo, é a manifestação dos que labutam nas salas de aula, que esforçam-se cotidianamente na defesa da educação das crianças brasileiras e que merecem receber uma remuneração justa, digna e compatível com o que a sociedade lhes cobra.
Os dados indicam que um professor com ensino superior recebe o mesmo que um profissional com nível de ensino médio no Brasil, é por isso que o inicial do magistério deve ser mais elevado e está longe do ideal, só assim os jovens voltarão a ser atraídos pelo magistério e os pais não ficarão em pânico quando seus filhos decidirem ser professores.

DADOS: REVISTA ESCOLA PÚBLICA, Nº 25.
SÍTIO DA CNTE
SÍTIO CAMPANHA TODOS PELA EDUCAÇÃO
CPERS SINDICATO